O Maranhão é pioneiro na formação de um instituto estadual com pesquisadores de recursos biológicos. Quem afirma é o professor Lívio Martins, coordenador do IECT Biotecnologia, Instituto Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que reúne 174 pesquisadores focados em 35 projetos.
O IECT conta com o suporte da Fundação Sousândrade (FSADU) para o gerenciamento de recursos financeiros, e o portal da FSADU foi saber mais sobre esta iniciativa. Acompanhe.
O IECT Biotecnologia já está instalado no Maranhão?
Sim, ele já está instalado. Ainda não temos a sede, mas já somos 174 pesquisadores de instituições com programas de pós-graduação no Maranhão: UFMA, IEMA, IFMA e Ceuma. Os pesquisadores envolvidos no IECT têm uma infraestrutura muito forte.
Como estes pesquisadores atuam?
Eles atuam em 35 projetos diferentes que estão ligados aos programas, que, por sua vez, ligados às unidades. Nós temos três unidades diferentes: unidade das centrais multiusuárias, para atividades de várias áreas; de produtos naturais (microorganismos) e de sanidade e reprodução animal, para estudar, por exemplo, as doenças infecciosas de ruminantes. Cada programa tem seus projetos e seus pesquisadores veiculados.
Em qual área existe maior interesse dos pesquisadores?
O programa de produtos naturais contra microorganismos tem um corpo muito grande de pesquisadores trabalhando com bactérias, fungos, vírus, como o da zika, toxoplasma, leishmania (que causa calazar), tripanossoma, etc. É o nosso maior programa e, por isso, a gente espera que também tenha uma maior produção de conhecimento. Estamos concentrados, também, nos estudos sobre produção natural de artrópodes como o potó.
Ainda existe a incidência de potó no Estado?
Sim. Ainda existe e é um problema sério da região leste do Maranhão. Em determinada época do ano é um problema seriíssimo, realmente de saúde pública, porque várias pessoas são queimadas. Crianças tem queimaduras na região vaginal, que deixam sequelas para toda a vida. Temos no grupo um professor muito produtivo, da UFMA de Chapadinha, que é uma das únicas pessoas que trabalham com potó no Brasil. Um dos poucos do mundo. A gente tem um projeto para minimizar os efeitos da queimadura e um outro para matar o potó.
O maior desafio das pesquisas é viabilizá-las financeiramente?
A gente tem um desafio muito grande de gerar produtos que beneficiem a sociedade maranhense e que sejam viáveis para as empresas. Os pesquisadores precisam adequar os experimentos dentro do laboratório para que o produto seja economicamente viável para a empresa. Se a gente propõe uma solução muito boa para a sociedade, mas que não tenha retorno econômico, isso dificilmente vai chegar à comunidade porque não vai ser explorada comercialmente. Para isso, estamos organizando cursos aos nossos pesquisadores para que gente tenha essa ideia de desenvolver tecnologias que sejam economicamente viáveis.
O grupo já está fechado ou pode receber novos pesquisadores?
É muito importante para a gente que mais pessoas estejam trabalhando nesta área, para fortalecer a pesquisa biotecnológica do Maranhão. Nosso objetivo é reunir mais e mais pesquisadores comprometidos. Para isso, basta entrar em contato conosco pelo e-mail: livio.martins@ufma.br