Foi lançado na sexta-feira 01/10/2021, o projeto Cuidar +. A iniciativa, idealizada pela primeira-dama de São Luís, Graziela Braide, tem como objetivo a realização de ações de âmbito social e educativo voltadas para a promoção do bem-estar e assistência à população em situação de vulnerabilidade social. A primeira ação do projeto será a arrecadação de absorventes, coletores e tampões menstruais para posterior doação.
“O Cuidar+ nasceu da vontade de querer transformar São Luís, por meio de ações concretas, em uma cidade ainda mais humana. A pandemia nos trouxe momentos difíceis e, mais do que nunca, precisamos apoiar aqueles que estão em situação de vulnerabilidade. E essa será a nossa missão com esse projeto, que terá atuação em todas as áreas para cuidar mais da nossa cidade”, destacou a primeira-dama, Graziela Braide.
O projeto foi idealizado e será coordenado pela primeira-dama que também é médica, psicóloga e voluntária da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), e conta com o apoio de todas as secretarias, institutos e autarquias municipais. A iniciativa terá ações contínuas, destinadas a crianças, jovens, adultos, idosos, além de atividades voltadas à preservação do meio ambiente e do Patrimônio Cultural de São Luís.
“Eu sempre disse que a minha maior missão, enquanto prefeito, seria cuidar das pessoas. E, agora, teremos a nossa primeira-dama ajudando a cuidar ainda mais das pessoas, com esse projeto que é muito importante. Nada melhor do que uma mulher que é mãe, e também é médica, nos ajudando a cuidar da nossa gente”, destacou o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que acompanhou o lançamento do Cuidar+.
As ações serão realizadas mensalmente e o foco será definido e amplamente divulgado após uma reunião do conselho coordenado pela primeira-dama Graziela Braide e a rede de amparo formada pelo secretariado municipal. A ideia é que o projeto mobilize a sociedade para a importância da colaboração em prol do bem-estar social.
Primeira ação do Cuidar+
A primeira ação do Cuidar+ se iniciou junto com o lançamento do projeto. A partir de 1º de outubro, com a arrecadação de absorventes e tampões voltados a pessoas em situação de vulnerabilidade social em São Luís. A ação é em combate à pobreza menstrual, que se tornou mais acentuada devido à crise econômica em decorrência da pandemia de Covid-19.
Até 30 de outubro, as doações poderão ser entregues na sede da Prefeitura de São Luís, de todas as secretarias, institutos e autarquias municipais. Os Kits serão montados com o material arrecadado que será doado às comunidades, associações de moradores e demais entidades a serem identificadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semcas).
Entendendo melhor o assunto:
Pobreza menstrual
De acordo coma Organização das Nações Unidas (ONU), o acesso à higiene menstrual é tido como um direito e deve ser tratado como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. No Brasil, uma em cada quatro adolescentes não possui um absorvente durante seu período menstrual. É o que mostra o relatório Livre para Menstruar, elaborado pelo movimento Girl Up, que busca o acesso gratuito a itens de higiene e condições básicas de saneamento para as mulheres.
O que é pobreza menstrual?
De acordo com a antropóloga Mirian Goldenberg, o termo nascido na França pode ser definido como “a falta de acesso não somente a itens básicos de higiene durante o período de menstruação, mas também a falta de informação, dinheiro para comprar um absorvente e, principalmente, falta de apoio”.
Segundo Mirian, uma em cada quatro meninas no Brasil faltam à aula por não possuírem absorventes, e dessas, 50% nunca falaram sobre o assunto na escola.
Uma sociedade na qual as mulheres escondem absorventes e até se sentem envergonhadas ao serem vistas comprando reflete a dificuldade em se falar sobre a menstruação. Tida como um tabu, muitas meninas crescem e passam por toda a fase de primeira menstruação sem nunca ter conversado com familiares e amigos sobre o assunto, passando por todo o processo de forma solitária.
Os impactos na sociedade
A ausência de absorventes, além de provocar uma perda de confiança e autoestima nas mulheres, retratada no documentário “Absorvendo o Tabu”, vencedor do Oscar no ano de 2019 (melhor documentário curta-metragem), causa ainda mudanças de comportamentos nessas pessoas e impactos diretos na sua educação. A evasão escolar de adolescentes em período menstrual é um importante sinal de que o tema deve ter notoriedade pública e estar presente nos debates governamentais.
Ainda, dados do relatório Livre para Menstruar mostram que o problema permeia o ambiente no qual a mulher está inserida. No Brasil, 20% das adolescentes não possuem água tratada em casa e 200 mil estudam em escolas com banheiros sem condições de uso, o que torna ainda mais difícil o manejo da higiene menstrual.
Um dos principais motivos pela ausência de itens para higiene íntima é de natureza financeira. O relatório estima que uma pessoa que menstrua gasta entre R$ 3 mil e R$ 8 mil reais ao longo de sua vida com a compra de absorventes, o que para as pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade social, representa aproximadamente quatro anos de trabalho para custear todos os absorventes que serão utilizados em sua vida.
O retrato de uma vida sem higiene menstrual adequada
A falta de acesso a absorventes por questões econômicas ou circunstanciais – como no caso da população carcerária e moradoras de rua – provoca ainda grandes riscos para a saúde de quem precisa buscar alternativas para lidar com a situação. Isso porque métodos como uso de tecidos, jornais e até miolos de pão são utilizados durante o período menstrual para suprir a falta dos itens de higiene.
Segundo Mirian Goldenberg, 80% das mulheres entrevistadas já utilizaram papel higiênico como item substitutivo do absorvente, enquanto 50% já utilizou roupas velhas com o mesmo objetivo. De acordo com a antropóloga, tais itens podem provocar lesões nos órgãos reprodutores femininos e infecções no trato urinário, além de uma grande diversidade de inflamações e complicações.
O apoio da FSADU a essa Campanha
A Fundação Sousândrade recebeu o convite para participar dessa importante Campanha e prestará apoio com um ponto de coleta em sua sede. Segundo a Presidente, Profa. Ma. Evangelina Noronha – “A Campanha representa um bem social para a comunidade em situação de vulnerabilidade. Precisamos urgentemente estender o nosso olhar para o outro, no sentido de ajuda humana e social. ”
Presidente da FSADU Profa. Ma.Evangelina Noronha e a Diretora de Planejamento e Finanças Luciana Cordeiro |