A Rádio Universidade FM (106,9) completa 32 anos de atividades hoje (21). Instituída pela Fundação Sousândrade (FSADU), em 1986, com o propósito de ser laboratório para alunos de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a rádio tomou grande proporção e é referência em qualidade na programação. Entre os seus programas, a rádio apresenta o Qualificar sobre as ações da FSADU, com periodicidade quinzenal, às segundas-feiras, 17h50.
O portal da FSADU conversou com o coordenador de Núcleos da rádio, jornalista Paulo Pellegrini, sobre a história e os planos da emissora. Acompanhe.
A rádio é um laboratório para acadêmicos de Comunicação da UFMA. Quais as atividades que eles desenvolvem?
Paulo Pellegrini– Todos os núcleos da rádio têm estagiários e eles fazem tudo o que os profissionais também fazem: jornalismo, produção e apresentação de programas, programação musical, gravação e edição, realização de entrevistas e alimentação do site.
O aluno tem a oportunidade de atuar em várias áreas, uma vez que a rádio tem programas sobre música, esporte, meio ambiente, empreendedorismo, entre outros. Essa diversidade de programas veio da demanda do público? Há grande procura externa por espaço na rádio?
Paulo Pellegrini- Por ser uma rádio educativa, tem que ter variadas áreas, com temas de relevância pública, como saúde, educação, cultura, empreendedorismo, literatura, cinema, entre outros. Mas eu também diria que tem, sim, grande procura por espaço. O tempo todo surgem propostas de programas na emissora, e a gente procura atender com base em três critérios: o primeiro é originalidade, não adianta ter um programa igual ao que tem noutra emissora; depois, é a capacidade técnica da pessoa proponente, pois, às vezes, ela tem a ideia mas não tem condição de apresentar, e aí existe a possibilidade de atuar como produtora, redatora, e contar com outro profissional para estar no ar.
O terceiro critério é o compromisso, porque surgem muitas ideias, por vezes o profissional é bom, mas faz um, dois programas, passa seis meses fora e não faz os programas daquele período, por exemplo. Rádio não funciona assim. Rádio é comprometimento. Você botou no ar uma vez, anunciou, vai ficar eternamente no ar, até surgir uma outra ideia.
A Universidade FM é mantida pela FSADU, mas é aberta a parcerias. Como as organizações podem investir na rádio?
Paulo Pellegrini- Justamente por haver a Fundação Sousândrade que possui CNPJ e, portanto, pode emitir nota fiscal, facilita muito para fecharmos parcerias. Comparando, por exemplo, com a TV UFMA, que não tem isso, e pertence somente à Universidade, que não tem CNPJ, é muito complicado para eles conseguirem anunciantes. A FSADU, então, é fundamental neste aspecto para viabilizar as parcerias com a rádio.
As empresas podem fazer qualquer tipo de parceria com a rádio, tanto a de anúncio de mídia, com divulgação de seu spot, parceria em eventos e patrocínios. O único limite é com relação ao que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prevê em relação às rádios educativas. Não pode haver comercial publicitário, com linguagem publicitária, menção a preços. E, internamente, também temos nosso filtro com relação a anúncios de bebidas alcóolicas, bingos, entre outros critérios. Não é que seja proibido, é por uma questão de bom senso. No mais, todo o restante é possível: o apoio cultural, ou seja, o spot vem como apoiador e podemos citar os produtos sem linguagem publicitária, eventos acadêmicos e científicos todos, culturais, publicidade institucional, publicidade estatal, federal, municipal, de órgãos que fazem serviço público, como Caema, Cemar, ou de empreendedorismo, como Sebrae, tudo isso pode. Quando é anunciante comercial, ele tem que entrar como apoio cultural. Não é proibido captar recursos, mas é proibido comercializar os intervalos.
Algum projeto a ser implantado em 2019?
Paulo Pellegrini- Para o ano que vem ainda não definimos as novidades que serão implementadas. Estamos aos poucos renovando as chamadas e vinhetas da rádio, temos colocado alguns programas novos no ar, como o Conexão 360, feito por alunos e voltado para jovens, aos sábados, com dicas de tecnologia, séries, internet. Também recentemente o programa Profissões, com dicas de categorias profissionais, coordenado por um funcionário da TV Brasil, Luiz Belo, cedido para a TV UFMA e que esteve cedido para a rádio nos últimos tempos.
Por fim, o que você diria para a equipe que faz o sucesso da 106?
Paulo Pellegrini- A equipe que faz a rádio é fundamental. A Universidade FM tem um compromisso diferencial em programação, jornalismo e na música. Manter esse compromisso é mérito da equipe da rádio.
São 32 anos com diversas pessoas que passaram pela emissora na direção, coordenação, jornalismo, estúdio, locutores, colaboradores e pessoas que muitas vezes nem se conhecem, mas que contribuíram para que a rádio criasse seu perfil, sua forma de agir e de ser, e mantivesse esse perfil ao longo do tempo. Adaptamos com o tempo, pois não podemos fazer uma programação em 2018 com programação de 1986, isso é impossível, inclusive porque temos estagiários de 17 anos de idade que não conhecem a música dos anos 60.
Eles vão trazer a música que eles conhecem e a gente vai fazendo uma mistura que tenta dar à rádio uma cara nova mas que não tira a característica da emissora. Temos a consciência que o público é o universitário, que é heterogêneo. É uma rádio da Universidade, não é dos coordenadores da rádio. Para a equipe que consegue esse equilíbrio, sou só elogios.