Na sexta-feira, 29/09, a Academia de Letras Celestin, ALC, do município de Riacho Pequeno de Belém do São Francisco, Pernambuco, lançou 8 livros na cerimônia de lançamento realizada na Fundação Sousândrade. Os livros lançados foram “Riacho Nosso Chão” (memória e história riachense); “Arte, Cultura e Literatura” (resgate das manifestações artísticas culturais riachense); “Ser-tão aquarela: notas da cor do Chão” (Pintura da frente de todas as casas); “Poesias com pés no Chão” (retrato dos poetas mirins frutos dos festivais de poesia); “Memorial AD Infinitum” (biografia: vida e obra dos patronos da Academia de Letras Celestin); “Leitura: arte de partejar” (trilha literária marcada pelas ondas sombrias em tempos de pandemia planetária); “Autobiografias Ars Et Littera: escritos de vida” (narrativas autobiográficas dos escritores da ALC); “Legatum Humanitarem: epifania de um novo tempo”.
Riacho Pequeno é um município de aproximadamente 800 habitantes, no sertão de Pernambuco, distrito da cidade de Belém do São Francisco, ávido e interessado pelo saber e pelo conhecimento, emoldurado por duas serras exuberantes batizadas de Ouricuri e Raposa, onde a fauna e a flora mantêm o equilíbrio ecológico da municipalidade. A religiosidade da cidade se fundamenta na fé consagrada em nome do Bom Jesus. A história narra que Celestino Nunes, um filho da terra, relatou para seus pais o seu desejo de construir uma capela. Ele peregrinou a pé durante 16 anos pelas veredas do Pernambuco e da Bahia em busca de donativos para a edificação desse templo edificado em 1909. A partir desse tempo, o distrito viveu um período em que a educação, o comércio e a agricultura apresentaram prosperidade durante inúmeras décadas, mesmo enfrentando as intempéries da vida cotidiana, o cangaço, que por ali fez morada, bem como a cizânia entre famílias que habitavam na região.
Em 2017, seguindo a tradição ao Novenário do Bom Jesus ocorreu o encontro dos filhos ausentes que culminou no desejo de resgate da origem da ancestralidade desse povo aguerrido de fé, trabalho e união, dando início ao projeto da escrita da CARTA MAGNA: “Riacho Nosso Chão” que traz nos seus pergaminhos a memória e a história de homens e mulheres movidos pelo amor/dor por essa TERRA. A CARTA MAGNA: “Riacho Nosso Chão” integra 26 autores e criou posteriormente a Fundação Celestin.
A Fundação Celestin, pautada nos princípios de promoção e desenvolvimento de projetos voltados para a Educação, Pesquisa, Arte, Cultura, Memória e Desenvolvimento Sustentável do Chão e tendo como fundamentos os fins religiosos, morais, culturais, sem fins lucrativos, segundo preceitua o Código Civil é integrada pelos seus filhos próximos e distantes denominados de Celestinianos, nomeação inspirada no peregrino da terra Celestino Nunes. A Fundação Celestin homenageou o Distrito de Riacho Pequeno nos seus 111 anos de fundação no ano de 2020, com a inauguração da ACADEMIA DE LETRAS CELESTIN, a pioneira na região, que conta com a participação de crianças, jovens, homens, mulheres, idosos, educadores e intelectuais do universo literário e cultural.
Portanto, a Fundação Celestin e a Academia de Letras Celestin brotam do Chão Celestiniano com o potencial de estimular o desenvolvimento da literatura, além de promover o protagonismo dos seus escritores e conhecedores das letras do Chão. Desde a sua instituição, foram várias as investidas no resgate da memória da ancestralidade, da arte, cultura e literatura através das suas publicações que doravante contam no número de oito. De fato, para a Fundação Celestin e Academia de Letras Celestin, cada uma dessas publicações se tornará relíquias de um tempo, como riqueza cultural para as futuras gerações, além de fomentar a construção de uma sociedade mais inclusiva e fraterna.