Você sabia que a procura por consultas psiquiátricas no Brasil aumentou 40% na pandemia do novo coronavírus? E que houve crescimento de 45% no consumo de destilados?
Medo, ansiedade, depressão e insegurança estão entre os fatores atrelados à COVID-19 que agravam ainda mais o cenário da saúde no país.
O Projeto Integra, que faz parte do Programa de Desenvolvimento Humano da Fundação Sousândrade (FSADU), não poderia ficar alheio a essas ameaças emocionais e convidou o psiquiatra Ruy Palhano para falar aos empregados sobre “Aspectos emocionais e sociais na pandemia”, na última sexta, 29, via videoconferência.
Ruy Palhano tem graduação em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão, é mestre em Ciências da Saúde, especialista em Dependência Química e fundador do Instituto Ruy Palhano. É autor de vários livros sobre comportamento humano, entre eles “Traços Humanos”, com prefácio da diretora-presidente da FSADU, Evangelina Noronha.
O psiquiatra iniciou a palestra contextualizando os dados por contaminação do coronavírus no país. “80% dos infectados pelo vírus não terão nenhum sintoma grave e serão curados com nutrição adequada e boa hidratação; 10% terão alguns sintomas, 5% irão para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 5% precisarão de respiradores”. Porém, embora no comparativo seja baixo o percentual dos casos graves, o sistema de saúde não consegue suportar o atendimento, devido às demais demandas na saúde e aí está o grande problema no Brasil, segundo ele: a falta de estrutura para atendimento.
“Depois desta pandemia não poderemos ter a mesma rede de saúde que temos hoje, assim como não podemos continuar a viver com egocentrismo, sem solidariedade, pois o homem não vive sem o outro. Eu sou o outro. Temos que nos organizar para reencontrar outros modelos de relacionamentos”, disse.
Ruy Palhano diz que está comprovado o aumento da ansiedade, entre outros males, e alerta: “O vírus tem vida curta, e daqui a poucos meses não o teremos mais na face da Terra, mas os danos psiquiátricos permanecerão por muitos anos”.
Os empregados perguntaram quais seriam as orientações para a convivência em família, uma vez que são mais de 60 dias de restrição social. “Muitas famílias que sentem dificuldades na convivência é porque tinham pouca convivência antes. Nós vivemos muito pouco em casa. Nossos hábitos podem ser repensados: podemos participar mais da vida do filho, do marido, da esposa, assim como prestar mais atenção em quem está precisando de ajuda”.
O psiquiatra finalizou com tom otimista, ressaltando que “brasileiro tem vocação para superar problemas” e sugerindo algumas atitudes que podem ajudar o cérebro.
ATIVIDADE FÍSICA- “Mesmo que seja andar dentro de casa. Cerca de 150 minutos por semana serão o suficiente para o cérebro produzir ansiolítico natural”.
EXPOSIÇÃO AO SOL– “Nós temos vitamina D em abundância em nossa pele, mas ela só é ativada com a incidência do sol no período entre 10h e 15h. Meia hora por dia, e não haverá necessidade de comprar vitamina D”, orienta.
NOTICIÁRIO– “Eleja um bom programa por dia para atualizar as informações. Não fique trocando de um canal para outro, vendo mais e mais notícias negativas, pois isso pode comprometer o desenvolvimento cognitivo”.
SHOWS, FILMES– “Aproveite esta onda de lives e assista a shows dos seus cantores preferidos, escolha bons filmes e assista em família”.
A videoconferência teve duração de uma hora e meia, e a superintendente da Fundação Sousândrade, Luciana Cordeiro, agradeceu a disponibilidade de tempo do dr. Ruy Palhano, que disse: “Fico honrado em ter podido contribuir a uma instituição como a FSADU, respeitada, histórica e que presta inúmeros trabalhos e serviços para nossa sociedade e a humanidade com competência, seriedade rigor técnico e compromisso social. Fico feliz em colaborar”.