O primeiro nanossatélite produzido no Maranhão pode ser lançado ao espaço no início de 2022. Trata-se do CubeSat Aldebaran I, protótipo que nasceu no curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), desenvolvido por professores e alunos.
A Fundação Sousândrade (FSADU) apoia este projeto do CubeSat, que tem apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB) e pretende ser utilizado para salvamento de pequenas embarcações na região costeira maranhense. O equipamento também poderá colaborar para a agricultura de precisão, como, por exemplo, detectar solo para cultivo, além de monitoramentos portuário, atmosférico e de desastres naturais, como queimadas, entre outros benefícios.
Três professores da UFMA trabalham diretamente neste projeto, além de 18 alunos do curso de Engenharia Aeroespacial. O coordenador geral é o professor doutor em Engenharia Aeronáutica e Mecânica, Carlos Brito, coordenador da Graduação em Engenharia Aeroespacial, que destaca a importância do incentivo financeiro para os alunos. “Precisamos de bolsas de estudo para que eles possam continuar no projeto”, frisou o coordenador em reunião na FSADU. Também fazem parte da equipe o professor doutor em Engenharia Elétrica, Luís Cláudio Silva, coordenador do segmento espacial, e o professor doutor em Ciências da Computação, José de Ribamar Braga, coordenador do segmento terrestre.
Vale destacar que a UFMA é a única universidade do Nordeste a oferecer o curso de Engenharia Aeroespacial. E no Brasil, além da UFMA, apenas seis outras instituições oferecem: Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do ABC (UFABC).
Os protótipos foram viabilizados pelos recursos financeiros investidos pela AEB nos projetos possíveis de serem implementados. Quatro destas instituições de ensino já lançaram o seu CubeSat, e a expectativa é que o nanossatélite desenvolvido na UFMA seja lançado no próximo ano, em março de 2022.
“Queremos que nossos alunos se envolvam não somente na pesquisa, mas em serviços”, disse o professor Luís Cláudio Silva. “Queremos formar alunos que possam construir nanossatélites e foguetes para competirem fora do país”, visualiza.
Ainda não está definido o local para o lançamento do Aldebaran I, mas, segundos os professores, a expectativa está grande para o teste no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), pois somente após este teste é que o projeto será homologado.
Por enquanto, o Centro de Lançamento de Alcântara, a cerca de 90 km de São Luís, não está autorizado para tais lançamentos. E o Brasil ainda não tem a infraestrutura necessária. Tanto que o primeiro satélite projetado e operado no Brasil, o Amazônia I, será lançado na Índia, no próximo dia 28.
As empresas que se interessarem no financiamento deste projeto, podem entrar em contato com a Fundação Sousândrade, pelo e-mail gtec@fsadu.org.br, pois a FSADU está apta a gerenciar os recursos, de acordo com a legislação vigente.
SAIBA MAIS- Com peso entre um e cinco quilos, os nanossatélites CubeSats são equipamentos menores e com ciclo de vida mais curto. O desenvolvido pela UFMA possui módulos padronizados de 10x10x10 centímetros.
Em geral, são usados para sensoriamento remoto da superfície terrestre, por meio de fotografias de alta resolução, para a coleta de dados meteorológicos e hidrográficos, na medição do desmatamento, das irradiações atmosféricas e outros tipos de experiências científicas.
Apesar de pequenos, os nanossatélites têm todas as partes dos grandes satélites: antenas, comunicação por rádio, sistema de controle de energia, painel solar, estrutura (uma espécie de esqueleto do satélite), computador de bordo, sistemas de posicionamento e de propulsão.
Aldebaran é uma estrela avermelhada e brilhante. Seu nome provém de uma palavra árabe que significa “Aquela que Segue” ou “Olho do Touro” – referência à forma como a estrela parece seguir o aglomerado estelar, conhecido como plêiade.
Outras Informações nas redes sociais produzidas pelos alunos:
https://www.instagram.com/betascorpii.cubesat/
https://www.instagram.com/missaoaldebaran/