Uma campanha em benefício aos moradores em situação de rua de São Luís está sendo gerenciada pelo Instituto Pobres Servos da Divina Providência. A campanha consiste em arrecadação de recursos financeiros a serem aplicados para a população que está abrigada no estádio Castelão desde o dia 27 de março. Atualmente, são cerca de 70 pessoas abrigadas no estádio, uma iniciativa da Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), como forma de prevenção ao novo coronavírus.
Segundo apuração do jornal O Imparcial no primeiro dia de acolhimento, todos os que chegaram ao Castelão passaram por exames clínicos preliminares, como aferição da pressão arterial e entrevistas de saúde para coleta de dados sintomáticos e sobre históricos de doenças anteriores. Todos receberam kits de higiene pessoal, puderam tomar um banho e se acomodaram nos alojamentos, onde vão receber refeições e cuidados de equipes de profissionais na área psicossocial e psiquiátrica, enquanto permanecerem nos alojamentos.
As ações de acolhimento para abrigos foram iniciadas pela gestão do prefeito Edivaldo no dia 26 de março, com encaminhamento de pessoas para a unidade da Vila Luizão. No dia seguinte, as abordagens foram feitas por equipes da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) e da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), além da Guarda Municipal. Participaram ainda da ação o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), Delegacia de Costumes e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Secretaria de Estado da Saúde.
Os trabalhos começaram na região do Centro, incluindo a área do Mercado Central, Praia Grande e Aterro do Bacanga. A ação foi realizada em duas partes: a primeira delas consistiu no trabalho de campo, identificando os locais onde estão estas pessoas e realizando abordagens educativas aos mesmos já que o acolhimento não é compulsório. Nesta etapa, profissionais da assistência social e da saúde explicaram a importância do acolhimento e transferência para local seguro.
Os moradores que aceitaram a ajuda foram encaminhados para o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) da região central e, após, para o alojamento no Estádio Castelão, onde foram separados por perfil. No total, o espaço (que obedece aos requisitos de segurança elaborados pelos órgãos mundiais de saúde) tem capacidade para receber simultaneamente até 100 pessoas. Nesta fase inaugural, cerca de 40 pessoas foram atendidas e a meta é manter o trabalho nas próximas semanas. No Estádio Castelão foram montados cerca de 280 leitos, distribuídos em 40 quatros, cada um deles equipados com camas do tipo beliche e também treliches.
PROTEÇÃO
Durante o trabalho, os profissionais envolvidos usaram máscaras cirúrgicas, luvas, gorros e outros equipamentos de proteção individual.
ESTRATÉGIA
Integrante do plano de contingência para assegurar o acolhimento de moradores em situação de rua, também foi mobilizada uma unidade da Semcas no bairro Vila Luizão, que já está em funcionamento, além dos alojamentos do Estádio Castelão. O principal objetivo da ação é diminuir a circulação dessas pessoas nas ruas e, assim, evitar o aumento da contaminação de infecções respiratórias como a Covid-19.
Nos locais de acolhimento, são feitas avaliações individuais para identificar sintomas como tosse, dor na garganta, coriza e falta de ar. Para casos considerados suspeitos, sugestivos para a Covid-19, as pessoas serão encaminhadas para o Centro de Testagem de Referência do Governo do Estado no Diamante ou para o Centro da Beira-Mar. As pessoas em situação de rua que testarem positivo para a Covid-19 serão transferidas para as unidades provisórias de acolhimento que comportem o isolamento.
*Com informações de O Imparcial